(Giomar Henrique)
“Como
a corça bramindo por águas correntes, assim minha alma está bramindo por ti, ó
meu Deus! ” (Sl
42, 2)
Cumprimentos de
paz e alegria, gente querida! Feliz 2017!
Adentramos
o novo ano com alegria de quem acredita na presença do Deus encarnado em nossa
história e por isso faz da caminhada espaço de construção do Reino. No início
de todo projeto, empreendimento, sonho, existe uma força motivadora que coloca
pessoas em busca do diferente, traduzindo assim na grande novidade. Inebriar-se
por esta atração é o elemento fundamental para quem aposta no nascimento do
novo, porque o novo deve hospedar-se no coração antes de ser concretizado em
ações externas. O ano novo que vivemos traz em si esta oportunidade recheada de
possibilidades, competindo-nos esboçar, aperfeiçoar e concretizar os projetos,
não somente pessoais, mas também aqueles que promovam a dignidade dos irmãos e
irmãs que clamam por mais vida.
O
Salmo 42,2 destaca de forma
indubitável o aspecto humano tão comum e presente em nossa rotina de vida,
especialmente após uma longa andança: a sede.
Quem tem sede vai a procura de água, não tem outra alternativa. Vai à fonte
buscar, vai ao vizinho pedir, vai ao mercado comprar, faz uma captação da
chuva... enfim, encontra modos diverso de saciar esta necessidade. Precisamos
da sede, não apenas como necessidade física, mas, como espiritualidade que nos
coloca em movimento, para não cairmos na comodidade, no contentamento, na pura
aceitação do “o que vir, está bom”. Viver é muito mais que isso. Adotar esta
atitude passiva é negligenciar os dons do Divino plantado em cada um de nós. Como
cristãos, a responsabilidade de espalhar o Bem em nossa Casa (o mundo inteiro)
não é opcional.
O
Papa Francisco em sua mensagem para o 50º Dia Mundial da Paz (1º de janeiro de
2017), enfatizou a importância de cultivar a prática da não-violência ativa como
estilo de uma política de paz. Nesse propósito desejou que “Sejam a caridade e a não-violência a guiar o
modo como nos tratamos uns aos outros nas relações interpessoais, sociais e
internacionais. [...] Desde o nível local e diário até ao nível da ordem
mundial, possa a não-violência tornar-se o estilo característico das nossas
decisões, dos nossos relacionamentos, das nossas ações, da política em todas as
suas formas”. Ele pontuou que o período contemporâneo vivencia uma terrível
guerra mundial aos pedaços (guerras em diferentes países e continentes,
terrorismo, criminalidade e ataques armados imprevisíveis, abusos sofridos
pelos migrantes e as vítimas do tráfico humano, a devastação ambiental). Diante
deste cenário, nos alerta que “A
violência não é o remédio para o nosso mundo dilacerado. Responder à violência
com a violência leva, na melhor das hipóteses, a migrações forçadas e a atrozes
sofrimentos, porque grandes quantidades de recursos são destinados a fins
militares e subtraídas às exigências do dia-a-dia dos jovens, das famílias em
dificuldade, dos idosos, dos doentes, da grande maioria dos habitantes da
terra. No pior dos casos, pode levar à morte física e espiritual de muitos, se
não mesmo de todos”. O Papa nos convoca enfatizando que ser verdadeiro
discípulo de Jesus significa aderir também à sua proposta de não-violência, na
qual o
amor ao inimigo constitui o núcleo da “revolução cristã”.
A
imagem do cartão, que intitula o presente texto, possui três motivações que
geram alegria. É verdade que pode existir muitos outros, porém, por hora nos
detemos nesses: 1º)- pela simplicidade como veículo de comunicação, carinho e
gratidão por quem consideramos com estima e amizade; 2º)- porque podemos
elaborar a nosso modo. E a riqueza estar no cuidado e dedicação que percorre
todo o seu processo de confecção; 3º)- pela maneira como se entrega, se oferta
ao destinatário. Seria estranho um cartão carregado de coisas boas ser entregue
de maneira fria, jogado, ou como um ato puramente mecânico, sem vida. Pode
acontecer, pois, não é fácil e tão simples como parece. Requer exercício de
humanização, proximidade. Porém, podemos e precisamos crescer também nestes
pequenos gestos.
São Guido Maria Conforti no encontro com o Crucificado iniciado na infância e
cultivado ao longo de sua vida, aprendeu a amar o mundo inteiro, acolhendo o
mundo como família, como lar. Como filhos e herdeiros desta missão, somos
chamados também a imitá-lo nesta prática do colóquio com o Ressuscitado, o
Emanuel chegado no natal, para que assim possamos de fato ser anunciadores do
seu infinito amor aos confins do mundo. Que a sede deste encontro possa
ser sentida em nossa vida, sobretudo no decorrer desse ano que inicia. No atual
contexto, o cartão-vivo de Deus dirigido à todos os povos do mundo, somos
nós: eu, você, ele, ela, aquele, e tal. Que possamos abrasar os corações e
promover a vida, a paz, o amor, colocando toda nossa criatividade a serviço do
Bem. Um abençoado ano para todos nós!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário