O assunto vocação pode não
ser atraente para o jovem pelo fato que a vocação, seja qual for, comporta
sempre a fadiga do discernimento, o questionar-se diante de Deus, de si mesmo e
dos outros. Nem todos se dispõem a fazer este esforço.
Há muitos que confundem
vocação com profissão. Os dois conceitos, porém, são distintos. A profissão, de
fato, tem sua origem na escolha da pessoa que busca uma realização
profissional, a partir de suas inclinações, capacidades e estudos. A vocação é,
ao invés, antes de tudo, um convite que Deus faz à liberdade pessoal, como
aprendemos das histórias vocacionais presentes na Sagrada Escritura. Nelas recorrem
sempre os refrões: “não tenhas medo!” ou “Eu estarei contigo”, como
demonstração de fato que quem chama, no caso de Deus, se compromete plenamente
com quem é chamado, isto é, a pessoa ou o povo todo. Na visão bíblica, há
também toda uma série de circunstancias e pessoas que permitem o acontecer de
uma vocação, que sem perder sua origem do Alto, ao mesmo tempo não recusa
servir-se dos fracos instrumentos desta terra.
Empenhar-se com todas as
forças
Nessa onda, navega também
a vocação missionária ad gentes, como
resposta generosa e total ao convite de Cristo: “Ide pelo mundo inteiro e
anunciai o Evangelho a toda criatura...” (Mc 16,15).
Há ainda jovens dispostos
a deixar tudo para anunciar a Boa Nova que liberta, até os extremos confins da
terra? “A messe é grande e os operários são poucos” (Lc 10,2), falou certo dia Jesus.
Depois de mais de dois mil anos de cristianismo a messe continua grande e os
operários, poucos: “A missão de Cristo Redentor, confiada à Igreja, está ainda
bem longe do seu cumprimento. Um olhar à humanidade demonstra que tal missão
está ainda no começo e que temos que nos empenhar com todas as forças ao seu
serviço”, escreveu o bem-aventurado João Paulo II na encíclica missionária Redemptoris Missio (A missão do
Redentor).
Comodismo, relativismo,
secularização
Será que Deus se cansou de
chamar jovens a serem missionários além-fronteiras? Certo que não! Difunde-se
sempre mais, a ideia de que, hoje em dia, levar o Evangelho a outros povos não
seja tão importante e urgente. Segundo o pensar de alguns, os missionários que partem
para o outro lado do mundo pertencem a uma página virada da história. “Hoje, a
missão é aqui”, se diz, esquecendo que o fato de pertencer a uma diocese não
exclui o interesse para com a Igreja Universal.
A esse respeito, escreve o
biblista Bruno Maggioni: “A Igreja local não deve ser sinal que Deus ama a nós,
mas que Deus ama a todos nós. O adjetivo ‘local’ não significa uma restrição da
universalidade, mas indica o lugar onde a universalidade deve concretamente se
mostrar”. Nota-se, também, que, em muitas comunidades eclesiais, está avançando
certo comodismo na vivencia da fé: o compromisso profético com a realidade
deixou lugar aos eventos massivos mais atraentes.
Em tudo isso, pois, nos
fazem companhia os fatores externos que mais marcam o tempo presente: o
relativismo, isto é, a afirmação que não existe verdade absoluta, e o processo
de secularização, segundo o qual é possível viver como se Deus não existisse. Todo
esse contexto, junto com outras causas, não favorece uma resposta generosa e
pronta ao chamado missionário por toda a vida.
Sem missionários não há
missão
Contudo,
a vocação missionária é ainda atual! Cristo, que veio para salvar a todos, quer
que todos os homens e mulheres da terra fiquem sabendo disso. Mas como isso
acontecerá se alguém não aceita a proposta missionária de Jesus Cristo como
ideal de vida? “O anúncio do Evangelho precisa de anunciadores, a messe precisa
de operários, a missão se faz, sobretudo com homens e mulheres consagrados por
toda a vida à obra do Evangelho, dispostos a ir a todo o mundo para levar a
salvação” (João Paulo II, Redemptoris Missio, 79).
Os Missionários Xaverianos,
são um grande família, sacerdotes de várias partes do mundo,
sendo enviados para quatro continentes: na Ásia; África, América; Europa, anunciam
o evangelho de Jesus Cristo a todos os povos, fora do próprio país, por toda a
existência, e em vida comunitária.
Tantos jovens poderão
participar dessa aventura se, deixando-se fascinar por cristo e por sua
mensagem, estiverem dispostos a fazer da própria existência um “pão” partilhado
para todos os povos.
Fonte: Adaptação do artigo
de: Padre SORRENTINO. O que você faz da sua vida. Revista, Mundo e Missão, juventude e missão.