sábado, 25 de fevereiro de 2017

Infância e Adolescência Missionária...

(Giomar Henrique)
“De todas as crianças e adolescentes do mundo, sempre amigos!”
 
A Infância e Adolescência Missionária (IAM) da Paróquia São Guido Maria Conforti deu início às suas atividades em 2017 com a missa de abertura no domingo, 12 de fevereiro de 2017, presidida pelo pároco Pe. Lucas Marandi. A missa realizou-se na comunidade Santa Edwiges (Jd. Nova América), as 8:00hs, em ação de graças também pelo aniversário do grupo da respectiva comunidade que completou 2 anos de caminhada.
A celebração foi preparada com dedicação e carinho, seja os cantos e a liturgia como toda, com a colaboração dos assessores. Ao longo da celebração deu-se destaque: na procissão de entrada, com as crianças e adolescentes que fizeram as leituras; no ofertório, onde além do pão e do vinho para a consagração, ofertou-se também cachos de uva, pão caseiro, alimentos para a cesta a ser doada na comunidade, assim como as lembrancinhas e o terço missionário; no momento de comunhão, buscando aproximar ainda mais as crianças do banquete que é a Eucaristia, organizou-se a partilha de bisnaguinhas logo após a comunhão dos adultos. Todas as crianças receberam na alegria de quem sente-se parte da mesma mesa da refeição.
Durante a homilia Pe. Lucas questionou a assembleia a respeito das crianças e adolescentes da IAM perguntando se todos conheciam quem eram, o que faziam, por que existiam. A seguir, aproveitou para contar um pouco da história da Infância Missionária, o seu surgimento com a iniciativa do bispo Dom Carlos Forbin, orientado pela Paulina Jaricot, em 1843, na França. Os missionários amigos de Dom Carlos narravam-lhe por meio de cartas a gritante realidade que viviam as crianças da China naquele período. Deste apelo, nasceu o projeto missionário na qual as crianças foram as protagonistas: uma Ave-Maria por dia e uma moedinha por mês. Ganhava vida assim a pequena semente da Obra Santa Infância, hoje, Infância e Adolescência Missionária, que se espalhou pelo mundo inteiro.

Hoje as crianças e adolescentes missionários assumem o mesmo compromisso: oração e solidariedade. São os dois aspectos que contribuem para que o Reino de Deus se difunda na vida de todos. Na recém Paróquia São Guido, os grupos caminham com o objetivo de se expandir para outras comunidades, considerando que é um projeto belo, um canteiro de vocações missionárias que merece todo cuidado e consideração por parte de toda a Igreja.
No término da missa, o pároco parabenizou o grupo pela preparação e participação, desejando que continuem a crescer no espírito missionário e possam assim envolver mais pessoas. A festa continuou no salão paroquial com o “parabéns” pelo aniversário do grupo Santa Edwiges e a partilha do bolo.
Parabéns missionários e missionárias da IAM! Que a caminhada de vocês continue acendendo a chama do amor nos diversos corações! Que São Guido Maria Conforti, São Francisco Xavier e Santa Teresinha rogue as bênçãos de Deus por cada um de vocês e seus familiares! Felicidades!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Vem e segue-me

       

Quando falamos de vocação, proclamamos o testemunho de nosso chamado a todos. Cada ser humano tem esse precioso dom dentro de si, como diz um padre xaveriano: “não tenho vocação, sou vocação”. O chamado que o Senhor faz a cada um de nós é algo muito particular e é tão real como a luz do dia. Ele continua chamando em todos os tempos para dar continuidade a sua obra salvífica no mundo. Percebemos como o mundo tem sede da Verdade que é Deus e nós como chamados temos a responsabilidade de levar ao mundo essa Luz que clareia qualquer escuridão. Nosso Senhor nos diz claramente que somos o sal e a luz do mundo (Cf Mt 5,13-14).
Observamos ao longo de toda a Sagrada Escritura que a vocação é uma iniciativa de Deus, assim como toda a obra de Redenção é iniciativa do Amor de Deus: Nós amamos porque ele nos amou primeiro (Cf. 1Jo 4, 19). A prova de que Deus nos ama é que Cristo morreu por nós, quando éramos ainda pecadores (Rom 5, 8), Ele deu tudo “antes”, sempre faz tudo por nós, antes. Ao tratarmos da vocação que Deus nos chama antes mesmo do nosso nascimento é necessário entrarmos no mundo “sobrenatural” da fé, sem adentrarmos essa realidade não poderemos corresponder ao chamado de Deus, chamado esse que vai muito além do aqui e o agora: “sem a fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11,6). Sei em quem acreditei – diz São Paulo em momentos difíceis -, e estou certo de que ele é poderoso para guardar até aquele dia o bem a mim confiado (2 Tim 1,12). No caminho da vocação, Deus é quem vai na frente como Bom Pastor: Eu sou o Caminho (Jo 14, 6). A pessoa que esta no mundo da fé, acredita nele, crê na Providência e, quando aparece na vida a Cruz, a injustiça, o cansaço, a solidão, a incompreensão, a sensação de inutilidade e fracasso…, não desanima nem abandona o caminho, não renega da vocação nem se recusa a continuar.
A nossa vocação cristã é um dom do Amor de Deus, um dom eterno: Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com toda bênção espiritual nos Céus, em Cristo. Nele, Deus nos escolheu, antes da criação do mundo, pra sermos santos e íntegros diante dele, no amor...(Ef 1, 3-6).



A vocação para a vida religiosa e o sacerdócio é um grande dom eterno e gratuito do Amor de Deus. Segundo João Paulo II é “um mistério um dom que supera infinitamente o homem”. A vocação dos primeiros seguidores mostra isso de maneira clara. Todos eles são “surpreendidos” por Cristo, que os procura e chama (Não fostes vós que me escolhestes…: Jo 15, 16); e lhes faz ver que os tinha escolhido desde toda a eternidade (mal vê Simão, irmão de André, fala-lhe como a um conhecido íntimo Jo 1, 42).
A partir do momento em que correspondem à vocação, já não há planos pessoais, nem há um roteiro pré-estabelecido por Cristo. O caminho agora, é o próprio Cristo, dia a dia, e o roteiro são, em cada momento, os seus passos. Diz Pedro: eis que nós deixamos tudo para te seguir. Que haverá então para nós? (Não sabia o que viria, nem Cristo lhe explicou com detalhes: Jesus disse-lhe apenas que não ficaria sem nada, mas teria o cem por um (Cf. Mt 19, 29). A resposta dos discípulos é confiante, baseada na fé, mesmo que tudo fique na escuridão; tendo a disposição de seguir Jesus aonde quer que vá (Cf. Mt 8,19).
E, na hora da grande crise, após o discurso do Pão vivo, quando muitos abandonam o Senhor, Jesus também não explica nada aos Apóstolos desconcertados. Apenas lhes pede uma nova confiança na chamada, abandono e entrega total em suas mãos: Vós também quereis ir embora? E Pedro responde: Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens palavras de vida eterna, e nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus (Jo 6, 67-69).
A vocação exige de nós fidelidade. Ser fiel não é “viver a vocação como desejo”, mas realizar o plano que a Vontade de Deus me pede, e isso pressupõe alegrias, conquistas, tristezas e derrotas. Se queremos ser fiéis, devemos estar dispostos a não ser o “santo” que nós desejaríamos, mas o “santo” que Deus quer que sejamos, e que quase nunca coincide com o ”nosso”. Vemos que Deus põe à prova a nossa fidelidade, para fortalecê-la e torná-la mais sobrenatural, e isso não é um mal, é um bem (Cf. Tg 1, 2-4 Rm 5, 3-5). Na vida existem provações, tentações, que são permitidas por Deus (digo permitidas, pois existem certas tentações provocadas ou alimentadas por nós). Essas provações podem ser interiores, espirituais ou psicológicas: aridez, angústia, amargura, depressão; podem ser corporais, como uma doença física ou um acidente que nos deixa limitados fisicamente; ou podem ser externas, como uma perseguição, uma calúnia, uma injustiça, uma grave dificuldade financeira, etc. Os seguidores e o próprio Cristo sofreram todas essas tribulações basta olharmos atentamente os evangelhos e as cartas de S. Paulo.
Diante de tudo o que foi exposto, não esqueçamos: podemos ter a plena confiança de que “Aquele que nos chamou é fiel” (Cf. I Ts 5, 24) e conhece muito bem nosso coração “sabe de que barros somos feitos” (Cf. Sl 103.14). O chamado é exclusivo Dele. Nós somos apenas seus servos que ao dizer nosso sim cotidiano contamos com toda a sua graça para seguirmos correspondendo ao seu chamado de amor que nos realiza nos mais íntimo de nosso ser. De nós apenas pede a disposição do coração: “Vem e segue-me”.




Everson L. Kloster

sábado, 4 de fevereiro de 2017

IAM Arquidiocese de Campinas...

(Giomar Henrique)
"De todas a crianças e adolescentes do mundo, sempre amigos!"

Ocorreu neste sábado, 04 de fevereiro, no Noviciado Xaveriano, a primeira reunião 2017 dos Assessores da Infância e Adolescência Missionária da arquidiocese de Campinas, com a presença de 12 participantes. No encontro se partilhou a respeito: 1)-da formação ocorrida no domingo, 29 de janeiro, na comunidade Nossa Senhora Aparecida, Paróquia São Francisco de Assis, Monte-Mor; 2)-sobre a implantação do grupo de Juventude Missionária na Paróquia São Joaquim e Sant'Ana, com o a tarde de formação prevista para o dia 18 de fevereiro na Comunidade São Paulo Apóstolo; 3)- do calendário de atividades marcadas para o corrente ano, com espaço para modificações e sugestões;
Assessores na reunião
Os assessores enfrentam a evasão e a rotativa constante de lideranças, seja coordenadores ou os próprios assessores, dentro dos seus respectivos grupos, o que acaba fragilizando a caminhada. Embora estes desafios, continuam sonhando e buscando alternativas de fazer crescer a semente missionária plantada no coração de cada um e cada uma que participa dos grupos.

Formação na Comunidade Nossa Senhora Aparecida (Monte-Mor)
Desejamos a todos um abençoado ano de caminhada e missão, rogando a proteção de Maria, Estrela da Evangelização!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

A PARÁBOLA DA ROSA


Certo dia um grupo de pessoas desejosas de encontrar a Deus e saber como reconhecê-lo na vida, nas flores, no canto dos pássaros e no brilho das estrelas foi visitar um monge retirado nas montanhas e tido por todos como santo. Depois de uma viagem longa, cansativa, mas cheia de esperança, o grupo chegou à cabana do monge: uma casa simples, pobre, ornada por um pequeno jardim onde estavam floridas várias rosas. Um dos visitantes falou para o monge: “Um dos motivos de nossa visita não é distraí-lo da sua intimidade com Deus, nem perturbar o seu silêncio, mas, simplesmente pedir sua ajuda para podermos chegar a reconhecer Deus em todos os conhecimentos e coisas do mundo. Sabemos que Deus está escondido, mas como reconhecê-lo?”.
O monge, sem dizer nada, ofereceu a seus visitantes seu mais belo sorriso. Depois de tê-los olhado um por um, disse: “Esperem, vou pegar a tesoura para cortar vários botões de rosa”. Cortou os botões mais belos. Deu um botão à cada um e depois disse: “Voltem para a cidade”. E a cada um deu uma tarefa. Um deveria entregar o botão de rosa a um bêbado da calçada; outro, a uma criança da creche; à própria mãe; a uma pessoa amiga; a uma irmã contemplativa. Depois deveriam voltar para comentar o que tinha acontecido. Partiram bem alegres com suas rosas. Depois de alguns dias voltaram para relatar ao monge a experiência da entrega dos botões de rosas.
Quem tinha dado sua rosa para o bêbado disse com muita raiva: “Dei a rosa a um bêbado deitado na calçada. Ele não gostou nem um pouquinho porque o acordei. Olhou-me de mau humor, disse-me uma ladainha de palavrões que me fizeram ficar vermelho e jogou-me a rosa na cara”.
Quem tinha oferecido a rosa a uma criança da creche não estava também muito feliz. “A minha rosa”, disse, “foi recebida, e depois de um pouco a criança arrancou uma a uma as pétalas e jogou fora o resto. Fiquei triste. A rosa mereceria um tratamento melhor”.
Quem tinha oferecido a rosa à mãe estava sorridente: “Minha mãe acolheu a rosa com muita alegria. Ficou maravilhada porque, até então, nunca lhe tinha dado uma rosa. Abraçou-me e beijou-me com carinho. As lágrimas correram soltas no seu rosto. Comoveu-se e comoveu-me”.
Disse o outro: “Arranquei uma pétala da rosa, escrevi nela ‘Teresa eu te amo’ e coloquei-a numa carta e a enviei à minha maior amiga. Não tardou a chegar uma carta cheia de sentimento de gratidão e de amor. Senti grande comoção e alegria que não sei explicar”.
Quem tinha entregado a rosa a uma monja carmelita de clausura estava radiante de alegria. A irmã recebeu a rosa e começou a louvar e bendizer a Deus por sua bondade e cantou o Magnificat de todo o coração.
O monge escutou silencioso todos esses relatos. Depois recolheu-se em silenciosa oração e disse: “Meus irmãos, a rosa foi a mesma, a do bêbado, da criança, da amiga, da mãe, da contemplativa. Cada um leu a mensagem segundo seu coração e seus olhos. Assim, cada um vê Deus por aquilo que guarda dentro de si, pela força do seu amor e de sua fé. Deus está onde você sabe enxerga-lo”. E retirou-se ao silêncio de sua cabana. Os outros voltaram à cidade, ao trabalho, e daí em diante sentiram viva a presença de Deus em sua vida, em seu dia-a-dia.


Fonte: SCIADINI, Patrício. À procura de Deus. São Paulo: Edições Loyola, 1996. p.15-16.