domingo, 29 de maio de 2016

"Bate Lata" Missionário...

       
Assessores na confecção do tapete de Corpus Christ
           A Infância e Adolescência Missionária –IAM, celebrou hoje, 29 de maio, em todo o Brasil, a 4ª Jornada Nacional. Iluminados pelo tema "IAM do Brasil a serviço da missão na Europa" e pelo lema "Vocês são os meus amigos", os grupos formados por crianças, adolescentes, e assessores adultos, celebraram a festa dos 173 anos de sua existência. Na Arquidiocese de Campinas o evento ocorreu pela manhã, com a tradicional caminhada do "Bate Lata Missionário". A Paróquia São Guido Maria Conforti marcou presença significativa com os grupos da Comunidade Nossa Senhora Auxiliadora, Santa Edwirges, e a Comunidade Santos Apóstolos, onde a IAM está em período de implantação. A participação dos mesmos foi a alegre novidade para todos. Um destaque ao grupo da Santa Edwirges que caracterizou as crianças de São Francisco Xavier, Santa Teresinha, Paulina Jaricot e Dom Carlos Forbin. Foi um sucesso!
Os participantes saíram de ônibus da paróquia São Guido, as 8:00hs, e se concentraram na Comunidade Nossa Senhora do Livramento, local onde iniciou a caminhada as 9:00hs, com destino a Paróquia Conceição de Nova Aparecida, no bairro Pe. Anchieta. Entre gritaria, muito barulho, cantos, oração, a caminhada foi momento de chamar atenção da população para a importância da missão universal na Igreja. De modo especial, a 4ª Jornada nacional enfatizou as situações desafiadoras presentes no continente europeu, sobretudo a questão migratória, consequência das guerras civis, terrorismo, miséria, que atinge países do continente africano e do Oriente Médio. As pessoas que enfrentam a travessia em mar aberto com destino à Europa, chegam em estados desumanos, quando não morrem afogados durante o percurso.
Na medida que os pequenos missionários rezaram por esta realidade, também fizeram a entrega do "cofrinho", fruto do sacrifício e que agora se converge em solidariedade para as crianças que vivenciam esta dura realidade. Nesse espírito missionário, durante a Celebração Eucarística, as crianças e adolescentes se consagraram mais uma vez para este serviço diante da Mãe Aparecida: “Assumo o compromisso de ser fiel à missão, consagrando a Nossa Senhora meus olhos para enxergar além das aparências, meus lábios para falar o que Deus quer, meus ouvidos para escutar sempre a Palavra do Senhor, minhas mãos para continuar estendendo-as aos mais necessitados, meus pés para seguir Jesus Cristo pobre e meu coração para amar e acolher a todos”.
"Criança ajuda e evangeliza criança" é a luz que norteia os passos desses missionários. Parabéns à todos que participaram deste momento! E que a nossa saudação "De todas as crianças do mundo, sempre amigos" repercuta também no coração do mundo inteiro. Assim seja!!!

sábado, 28 de maio de 2016

“Tu és o meu filho amado!” (Lc 3, 22)


A fala é um dos sentidos que o homem possui e parece quase impossível compreender o ser humano dissociado deste. Sua importância é tamanha e torna-se natural não perceber sua beleza e emprego no cotidiano. Tais questionamentos surgem quando existe ausência. É quase sempre assim. O que um resfriado, uma gripe, uma infecção ou qualquer outro mal-estar que atinge diretamente nosso aparelho vocal não provoca?
Encontrar-se impossibilitado de expressar a voz nos leva a utilizar outros recursos para a comunicação. Assim se descobre que tudo em nós comunica. Não é somente a voz, a fala, de maneira solitária. Ela sempre chega acompanhada de um conjunto de gestos e atitudes. Assim também ocorre na escrita. A pontuação indica a pausa, a entonação da voz, e com ela certamente chega a expressão facial, os movimentos gestuais, entre outros. Divirto-me com os amigos que me escrevem sem pontuação, pois, digo que, dependendo onde eu as coloco, tenho uma versão da mensagem. Talvez não seja bem aquela que eles quisessem me falar. Eis a grandeza do que flui naturalmente no dia-a-dia.
Mas, toda essa abordagem deve-se à reflexão colocada no início deste ano, o ano do ‘noviciado’, e escolhida como luz na caminhada que por hora empreendo. A citação é o já mencionado no título do texto “Tu és o meu filho amado”. Numa análise gramatical aplicada à mesma, nota-se a vivacidade com que ecoa aos ouvidos, porém, uma vivacidade carinhosa, suave, que abraça o próprio destinatário. Se este sentimento nos permite criar o cenário na imaginação, muito mais intensa é a sua repercussão na dimensão espiritual, orante, traduzida para a própria história de vida.
A declaração tem caráter singular. Foi esta a primeira constatação destacada. Tomar consciência que sou amado. E nasce seguramente a curiosidade em saber o autor desta manifestação de amor. Esta indagação nos leva ao encontro do próprio Deus. É Ele que neste momento faz constantemente esta afirmação: “Tu és o meu filho amado! ”. Fico com as interrogações e o sorriso, semelhante a criança que gosta do que se desenrola como novidade num acontecimento único. Talvez esta não seja a primeira e nem a última vez. Afinal, o Pai conhece inteiramente cada filho, filha, que trouxe ao mundo. E neste contexto me identifico.
Pergunta-se “De que modo Deus fala e expressa esse sentimento em relação a mim?”. Pareceria loucura dizer que acontece diretamente, como algo extraordinário, o que não é impossível, tratando-se de Deus. No entanto, é no ordinário que Ele comunica o seu amor. Nesse sentido, o convite é estar atento para reconhecer sua manifestação no cotidiano. De que maneira? Primeiro é olhar a própria vida como dom. Depois, é necessário retomar a própria história pessoal a luz da fé, e, nela estarão os traços de Deus. Nesta leitura, certamente não existe coincidência.
Bem, mais do que alegrar-se com a escuta desta afirmação, ela implica compromisso. O amor não é passivo e nem solitário. É próprio de si a comunhão. O amor é para ser amado. Se sou o filho amado, o amor já faz morada em mim, independente de minha tomada de consciência. Uma vez reconhecido, é natural que este amor cresça e se desenvolva. Não posso guarda-lo de modo egoísta. Este “acordar” ou “cair a ficha” modifica a vida. Não é um passe de mágica, obviamente. Porém, um trabalho de crescimento pessoal que carrega consigo uma dimensão de comunhão.
Não sou apenas o filho amado, mas, tenho em mim o próprio amor. E compreendo que o amor não se explica. Pode-se no entanto, vivê-lo. E as palavras que dele ressoam não são solitárias, pelo contrário, são carregadas de sinais concretos e impregnados na própria vida que se espraia. Que você também faça desse ano, desse momento, oportunidade de mergulhar na descoberta desse amor intenso do Pai! 
 

quarta-feira, 25 de maio de 2016

domingo, 22 de maio de 2016

Conectar-se à fonte...Mas, que fonte???



Na atualidade, todos ou quase grande parte das pessoas possuem celular para se comunicar. É verdade que esta tecnologia muito tem evoluído na medida em que corre os anos. Antes, o fim único do mesmo era fazer ligações. Hoje, agrega em si uma variedade de ferramentas com o objetivo de melhorar o serviço ao usuário. Assim, tem-se a câmera para filmagem e fotos, TV, jogos, internet, aplicativos de redes sociais, entre outros acessórios. Com isso, ampliou-se sua utilidade, ganhando uma característica multifuncional.
Com essa constatação, pode-se afirmar que o celular mantém as pessoas conectadas com o mundo inteiro. Não há mais distâncias virtuais. Tudo se tornou acessível. É raro entender a vida sem o uso desse dispositivo que se tornou de certa maneira central no dia-a-dia das pessoas.
Entre todos os cuidados que o usuário deve ter para desfrutar melhor do seu serviço, há aquele considerado fundamental, sem o qual todas as demais tarefas não funcionam, mesmo nos mais sofisticados aparelhos. É a carga elétrica armazenada na bateria do dispositivo. Percebe-se assim, que o “coração” do celular é a bateria. É ela que mantém funcionando as tarefas. Esgotando-se, nada funciona. Para evitar os transtornos do “apagão”, quem o utiliza mantém-se alerta, evitando deixar descarregar a bateria. É um trabalho de vigilância constante para quem a vida gira em torno.
Esta mesma exemplificação pode ser aplicada à vida cristã. Faz todo sentido. É necessário se conectar a fonte para continuar abastecido e assim permanecer comunicando Deus. Como o celular precisa de tempo em tempo voltar e ficar na fonte, o cristão precisa da Fonte, que é o próprio Deus. Sozinho não consegue se manter por muito tempo funcionando. Não importa todo o conhecimento adquirido na ciência, se estes não nos colocam em comunhão com o Criador. Em cada ser humano existe o chip que tem a marca de Deus. Parafraseando santo Agostinho, esta marca nos manterá inquietos enquanto não nos encontrarmos nEle.
É o próprio Jesus que nos diz “Eu sou a videira e vocês são os ramos.  Quem fica unido a mim, e eu a ele, dará muito fruto, porque sem mim vocês não podem fazer nada”. (Jo 15, 5)
A vida contemporânea é agitada. Este agito demanda energia. Notar em si essa necessidade da fonte-Maior, é importante. Interrogar-se também “Em quais fontes estou abastecendo minha vida?”, é necessário. Não temos em nós a marca de Cristo como simples adesivo, mas, como algo permanente, indelével (que não se apaga). Seja um constante pedido na vida “Ensina-me a cumprir tua vontade” (Sl 143, 10). É o começo de um caminho que perpassa toda a vida cristã. No entanto, reunir-se em Comunidade (povo de Deus) é também preciso. É nela que encontramos a Eucaristia, fonte e alimento de nosso ser cristão. Padre Tournade (2005, p.79), na obra Um amigo a ser descoberto, destaca que “Um cristão solitário é, muitas vezes, um cristão em perigo”. Unidos podemos ser sempre mais. Voltemos à Fonte e sejamos a expressão viva do próprio evangelho na sociedade!




sexta-feira, 20 de maio de 2016

SOU MISSIONÁRIO XAVERIANO...


( Organizado por: Giomar Henrique)
Estimados amigos e irmãos que nos acompanham, saudações missionárias!
Todos os anos temos a maravilhosa oportunidade de celebrar a profissão religiosa missionária de jovens que se dispõem a seguir Jesus Cristo como Missionário Xaveriano. É motivo de alegria e ação de graças ao Senhor, por cada vocação cultivada. Nossa família missionária reza e acompanha com todo zelo os que se colocam nesta caminhada. Hoje, já envolto desse ambiente que vai sendo organizado, sentamos para uma conversa com o noviço Evanderson Luiz, que caminha para este momento ímpar na história vocacional. Acompanhe a nossa conversa!
Evanderson Luiz de Abreu - Santuário Nossa Senhora da Piedade / MG - Julho 2015
 1.     INFOX: Fale uma pouco de você, de onde vem, a tua família, tua experiência de igreja.
EVANDERSON: Sou Evanderson Luiz de Abreu, tenho 21 anos, sou natural de Cantagalo – PR. Sou o filho mais novo de Onofre e Noeli de Abreu. Fui batizado no dia 26 de dezembro de 1994, por um padre Missionário Xaveriano, hoje já falecido. Somos uma família cristã, digo isto, porque num certo período de tempo fomos protestantes. Depois por convite e insistência de um amigo comecei a fazer catequese e aí conhecer melhor a Fé católica. Fiz por três anos a catequese preparatória para a 1ª Comunhão, e, em 2006, com muita alegria recebi Jesus Eucarístico.
Na companhia dos pais Onofre e Noeli - Curitiba  junho/2014
 2.      INFOX: Todos os vocacionados possuem um “despertar vocacional”. Para você, como aconteceu isso?
EVANDERSON: Sempre aos jovens que partilho sobre minha vida e vocação, digo que Deus age de diversas formas para nos chamar. Comigo foi através de um amigo que me convidou a iniciar o processo de discernimento vocacional missionário. A minha paróquia de origem, Imaculada Conceição – Cantagalo-PR, a qual devo muito, sempre foi acompanhada pelos Missionários Xaverianos e pelas Irmãs Passionistas. Os padres e as irmãs articularam muito bem as pastorais da paróquia, sobretudo a Pastoral Vocacional, que realizava 3 encontros de despertar vocacional durante o ano. Em 2007, o ano que iniciei o despertar, os xaverianos já tinham entregado a paróquia à diocese de Guarapuava. Porém, as irmãs passionistas ainda trabalhavam nela, animando as diversas pastorais, inclusive a vocacional. Estive fazendo estágios vocacionais no Seminário Nossa Senhora de Belém em Guarapuava e em 2008 estágios vocacionais em Londrina, no Seminário Xaveriano das Missões. Os estágios vocacionais fazem parte do processo de discernimento, onde o jovem ou o adolescente vai descobrindo onde Deus vai chamando. No meu caso o discernimento entre uma vida diocesana ou uma vida missionária consagrada a Deus para a Missão.

3.     INFOX: Onde começou a tua caminhada formativa e que lembranças você guarda deste “começar” com os xaverianos?
EVANDERSON: Após ter refletido e meditado sobre meu chamado e vocação, decidi entrar no Seminário Xaveriano das Missões, em Londrina- PR, no ano de 2009. Eu, um adolescente de 14 anos, novo de tudo, deixei minha família, amigos, comunidade local para seguir Aquele que me chamou. Nosso grupo no 1° ano de seminário, éramos em 9, provindos de várias regiões do Brasil, e com a mesma idade. Gosto de dizer que aquele 06 de fevereiro de 2009, nunca será esquecido na minha vida. Porque fiz um propósito comigo mesmo de que naquele dia deixava tudo, e que Jesus e a Virgem Maria tomassem o meu lugar em casa. Lembro com alegria desta data. O reitor do seminário, nas primeiras partilhas pessoais me recordava que nós éramos os aquilottes (Os primeiros xaverianos eram chamados assim, os Filhos da Aguia, que voam mais alto). Deveríamos sempre lembrar que somos missionários e voamos mais alto. O vôo é longo. Conosco vai a esperança e a alegria do evangelho.
4.     INFOX: Os Missionários Xaverianos possuem a característica da missão além fronteiras. Descreva brevemente como é o percurso formativo de um xaveriano.
EVANDERSON: O caminho formativo de um xaveriano começa, se ele for um adolescente, em Londrina, no Seminário Menor. Cursando o ensino médio na parte da manhã e durante a tarde e a noite as atividades propostas pela formação. Após os 3 anos de ensino médio, dando continuidade à formação, o jovem é convidado à cursar os estudos de filosofia, na nossa comunidade em Curitiba. São 3 anos de muito estudo e preparação. Assim também o Jovem se torna um postulante, e se prepara ao Noviciado. O jovem expressando sua vontade de continuar a formação, escreve uma carta ao Conselho Regional para ser aprovado ao Noviciado. Sendo aprovado, ele entra no Noviciado, etapa em que se estuda a Congregação, as Sagradas escrituras, as Constituições, e se prepara para ser um Religioso, e,  no nosso caso, um Religioso Missionário, disposto a se consagrar a Deus pela Missão. Após ter feito o Noviciado, o Jovem é enviado à uma das 4 teologias internacionais que os Xaverianos cultivam em 4 continentes, para que haja uma melhor internacionalização da Congregação. Na América, o México; na África, Camarões; na Europa, Itália; na Ásia, Filipinas. Após ter estudado a teologia, o jovem faz os votos perpétuos, seguida da ordenação diaconal e sacerdotal.

5.      INFOX: Sabemos que o noviciado xaveriano, de maneira particular o do Brasil, inicia sempre com o tradicional rito do “vestir a camisa”. Explique o significado deste gesto para você nesta altura da caminhada.
EVANDERSON: Os meus formadores nestes 8 anos de caminhada formativa sempre insistiram nas características de um xaveriano. Uma delas é o “Espírito de Amor intenso pela Família Xaveriana”. Acredito que este gesto faz parte desta característica, pois, só se ama aquilo que se conhece. E o Noviciado é este enamorar-se na congregação, da missão, da vida religiosa consagrada. Vestir a camisa significa assumir a congregação como ela é. Ser um Xaveriano segundo o coração do Fundador, São Guido Maria Conforti.

6.      INFOX: No dia 03 de Julho de 2016 será a celebração de tua Profissão Religiosa Missionária. O que representa para você esta celebração?
EVANDERSON: A consagração missionária é esta “Santa Loucura da Cruz, traduzida na pratica constante da vida”, com ela não damos somente os “frutos, mas a arvore toda”. Estas duas definições de vida consagrada de São Guido resumem bem o momento que me preparo para celebrar na Festa litúrgica de São Pedro e São Paulo. Me entregar inteiramente a Deus para e pela a Missão.

7.     INFOX: Sobre o futuro da caminhada. O que vem pela frente? Já tem algo que possa ser partilhado conosco nesse sentido?
EVANDERSON: A missão é uma verdadeira páscoa. A passagem entre o estar na sua cultura, no seu país, na sua língua materna, para ir em outra cultura, outro país, falar outras línguas. Todo missionário deve estar ciente que nunca irá em outras realidades para ensinar, e, sim aprender. Fui destinado pela Direção Geral dos Missionários Xaverianos para estudar teologia em Parma – IT, onde começou a nossa congregação. Vejo as destinações como vontade de Deus. Isso me conforta o coração, pois, sei que Deus me quer lá. Estando em Parma, é como “beber da própria fonte”, o lugar onde nasceu e viveu o nosso Santo Fundador.

8.      INFOX: A vida vocacional possui maneiras diferentes de ser representada, ser respondida. Que alegoria você atribui ao seu chamado vocacional xaveriano?
EVANDERSON: Muitas imagens vocacionais me inspiram. Mas tenho duas que carrego comigo, tenho-as na cabeceira da minha cama. A imagem de Jesus que acalma a tempestade e permanece com os discípulos e a imagem de Pedro e João que chegam juntos no sepulcro. A primeira me lembra todos os momentos de dificuldade que são enfrentados ao longo da vida formativa e caminhada como cristão. Passar pelas tempestades como discípulo, sempre junto do Mestre, com os olhos fixos nEle. A segunda me faz pensar e viver a experiência do Ressuscitado, e, como congregação caminhar juntos: jovens e  idosos. Me lembra que o seguimento não é feito sozinho, e sim em comunidade, numa experiência de encontro com o Cristo, que faz-nos sair da comodidade e ir juntos ao encontro daqueles que mais precisam.
Imagem de João e Pedro
9.      INFOX: Um recado para os jovens que estão procurando respostas para suas interrogações na vida
EVANDERSON: Queridos jovens não tenham medo de entregar sua vida a Deus. Ele nos sustenta, nos substitui em nossa família. Ele renova e nos dá vigor  todos os dias. Deus chama todos os dias jovens das mais várias culturas e línguas. Não tenham medo de dizer sim a Deus. Nele estão todas as coisas e só para Ele que deve ser entregue a vida. Não tenham medo de deixar-se encontrar por Cristo, pois, este encontro te faz um discípulo Missionário alegre, capaz de derrubar os muros e construir as pontes que o mundo tanto precisa. Agradeça todos os dias o teu batismo e peça incessantemente ao Senhor da messe: “Senhor, o que queres que eu faça?”.

10.  INFOX: Nos preparamos para a partida, mas, a saudade já começa a se fazer companhia, o que é natural de ambas as partes. Comente este sentimento na vida missionária.
EVANDERSON: Gostaria de destacar a riqueza do cêntuplo prometida por Jesus na caminhada dos discípulos. Nas comunidades onde passei (Londrina, Curitiba, Hortolândia e algumas cidades onde fiz missão) recebi com alegria a riqueza do cêntuplo. Muitas mães se fizeram presente na minha caminhada, muitos pais, muitos irmãos e até poderia dizer muitos filhos. Amigos queridos que me acolheram, como filho, irmão, neto, sobrinho, amigo. Tenho saudade de todos, pois, é normal este sentimento. Repito todos os dias na minha caminhada aquelas palavras do Evangelista Lucas “Te segurei Senhor por onde quer que fores”. Seguir Jesus quer dizer isso, renunciar tudo, deixar tudo e encontrar e ganhar cem vezes mais. Sei que encontrarei nos países onde Deus me enviar, muitos irmãos, pessoas amigas que me ajudarão cada dia a ser um fiel discípulo missionário.
Parque Taquaral, Campinas-SP /maio 2015


Agradeço profundamente o convite em partilhar um pouco de minha experiência vocacional. Peço que rezem por mim e todos os dias se coloquem sob a proteção da Virgem Maria, a Senhora da Estrada. Ela é nosso modelo de consagração e Missão. 

quinta-feira, 19 de maio de 2016

173 anos da IAM no mundo...

“De todas as crianças do mundo, sempre amigos!”
 Na data de hoje, 19 de maio, a Infância e Adolescência Missionária, celebra os seus 173 anos de existência. É sempre oportuno recordar como tudo começou, pois, fazer resgate desta fonte nos possibilita entender a sua identidade e proposta. Tudo começa com Dom Carlos de Forbin-Janson, bispo de Nancy, França, em 1843. Ele, deparando-se com a realidade vivida na China naquele período, sobretudo das crianças, a partir da carta de missionários alí presentes, quis dar uma resposta concreta. Propôs assim às crianças da França, uma espécie de “corrente”, onde cada criança deveria  ajudar outra criança por meio de dois recursos: a oração e a ajuda financeira. Cada criança deveria assim rezar uma Ave-Maria por dia e fazer uma pequena doação em dinheiro por mês, fruto do seu sacrifício. O dinheiro arrecado era destinado aos missionários para o trabalho com as crianças chinesas.
As crianças da França responderam com entusiasmo este projeto e assumiram em cheio este compromisso.  Assim nasceu a Obra Pontifícia da Santa Infância, hoje conhecida como Infância Missionária. Com o passar dos anos se espalhou pelo mundo inteiro, alcançando milhares de crianças necessitadas de todos os lugares, culturas, raças e crenças. Chama-se INFÂNCIA porque as crianças são os protagonistas nesta missão, dedicando-se em favor de outras crianças do mundo inteiro. O nome também remete à infância do Menino Jesus, devoção  existente na França. É MISSIONÁRIA porque educa as crianças no crescimento da Fé, através de atividades missionárias numa visão universal. Nesse sentido, está agregado à Pontifícias Obras Missionárias - POM, englobando todo o mundo e assumida por toda a Igreja. Possuem como referência a vida de São Francisco Xavier e Santa Teresinha do menino Jesus, padroeiro das missões, pessoas que viveram ardorosamente o carisma universal missionário.
IAM Comunidade Santa Edwirges (preparação Dia das mães)- Paróquia São Guido Maria Conforti
A paróquia São Guido Maria Conforti, por meio dos grupos existentes na Comunidade Nossa Senhora Auxiliadora e Santa Edwirges, testemunham e dão continuidade a este sonho que já é uma realidade viva do evangelho em toda a Igreja espalhada no mundo. Como celebração desta data especial de aniversário, tradição nos últimos anos na Igreja do Brasil, será celebrado no dia 29 de maio a 4ª Jornada Nacional, com o tema: "IAM do Brasil a serviço da Missão na Europa". O cartaz da campanha expressa muito bem a sua finalidade, que é mostrar o apoio da IAM do Brasil à Europa, evidenciado por meio da ligação dos mapas e com as cores dos continentes. Acentua a presença das crianças dos continentes em caminhada, recordando a ideia de missão, de ida e serviço, com destaque ao menino representante da América, que leva o cofrinho da IAM em direção a figura do Papa Francisco, representando assim todo o apoio da Igreja Católica.
Na arquidiocese de Campinas, onde estamos inseridos, ocorrerá o tradicional e tão esperado “Bate Lata”, com o objetivo de celebrar os 173 anos da IAM e sensibilizar toda a sociedade para a participação na missão universal. A concentração será as 9:00hs, na Comunidade Nossa Senhora do Livramento, de onde sairá a caminhada com destino a Paróquia Conceição de Nova Aparecida, onde ocorrerá a missa as 10:00hs. Nesta celebração, as crianças e adolescentes da IAM farão a consagração e a entrega dos cofrinhos, cuja coleta será destinado para o continente Europeu.  

Participe conosco você também!!!

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Noviços


No dia 01 de Maio de 2016, os três formandos: Everson Kloster, Giomar Clemente e Gilberto Santos foram admitidos como noviços da congregação. 
Noviço, do latim novicius, designa o iniciante, aquele que se dispõe a passar pela prova, alguém que é principiante, mas que se dispondo a caminhar sob a orientação de um mestre, pode tornar-se apto a ser um membro de uma congregação através dos votos. Nosso santo fundador classificava o noviciado como um tempo de cuidados intensivos para o espírito e intima união para com Deus. O ingresso ao noviciado para nós, se constitui um tempo privilegiado de parada para estudo das nossas constituições, conhecimento profundo de nosso fundador, do carisma, e vivência de nossa espiritualidade xaveriana. 

Nosso santo fundador São Guido, deixou conselhos preciosos sobre o tempo que estamos iniciado, assim aconselhava: " Colocai-vos sob a proteção de São Francisco Xavier; orai a ele para que vos ajude a realizar o ano do Noviciado de modo que, chegando ao fim, possais fazer a profissão dos Conselhos Evangélicos; rogai-lhe para que vos obtenha a perseverança em vossa vocação e a perseverança final, de modo que um dia estejais todos juntos, no gozo da visão beatífica de Deus; para isso, porém, é preciso que sejais perseverantes e constantes, porque não basta ter iniciado, mas é preciso perseverar até o fim; e esta perseverança eu, em minha indignidade, peço para vós, a Maria Santíssima, São Francisco Xavier e vossos Santos padroeiros."
Cristo por meio de nosso fundador nos impele a irmos por todo o mundo, sem bolsa nem calçado, a correr o risco pelo Evangelho, de sermos despojados de nós mesmos e de nossa cultura, a fim de que o dom da Boa-Nova recebida não fique apenas conservada em nosso coração. Rezem por nós.
Gilberto, Giomar e Everson

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Teresa de Calcutá: Uma santa em saída!




 Na exortação apostólica «Evangelii Gaudium», o Papa Francisco insistiu na expressão de uma Igreja em saída, ou seja, de rosto missionário que não fique encarcerada por seus muros esperando por seus fiéis, mas que seja próxima, aberta, capaz de sair de si para ir ao encontro das pessoas, por caminhos novos. Esse modelo de Igreja fez-se ressoar na vida de madre Teresa de Calcutá de maneira sublime, ninguém melhor que ela para ser um modelo indicador do caminho pelo qual a Igreja em saída deve traçar.
 A Sagrada Escritura revela vários exemplos de chamados divinos que movimentaram de maneira intensa a vida dos escolhidos (Cf. Ex 3,1-15; Jr 1,4-10) conduzindo-os a uma radical tomada de decisão e consequentemente a uma adesão singular que acarrete uma mudança de seus costumes e hábitos, ou seja, uma conversão. Sabe-se que ao ouvir a voz amorosa de Deus ninguém permanece de modo estável e refratário, sendo que a única coisa que Deus propõe e espera de seus escolhidos é a confiança e o abandono total ao seu querer, sobretudo, diante das frustações e desertos (Cf. Is 12,2). O resultado da busca optada pelo escolhido será sempre uma aventura, a única coisa que sabe é que deve sair de seus próprios planos deixando-se guiar apenas por Deus (Cf Gn 12,1), pois parte da certeza de que sem Deus não há luz, não há esperança, não há amor e por isso nem mesmo o futuro.
 Provinda de uma família abastada, Agnes Gonxha Bojaxhiu, mais conhecida como Madre Teresa de Calcutá, logo entrou para um convento onde emitiu os votos religiosos e neste permaneceu até ouvir um chamado mais profundo da parte de Deus, chamado esse que moveu sua vida de forma muito concreta e significativa. Não podia continuar no conforto de seu convento e deixar Jesus que clamava “tenho sede”, representado nas pessoas pobres e moribundas de Calcutá. Impulsionada pelo amor de Cristo, o mesmo amor do qual São Paulo relata na II Cor 5,14: “O amor de Cristo no impulsiona”, sai de si mesma; transformando seu projeto pessoal de vida num doar-se inteiramente aos sofredores.
 Por amor acolheu a todos que dela se aproximavam, sejam hindus, muçulmanos ou cristãos tendo uma compaixão entranhável frente ao drama humano. Impulsionada pelo amor de Cristo não se deixou abater pelas dificuldades, mas soube ser fraterna, misericordiosa e humilde, nunca pagando o mal com o mal (Cf. 1Pd 3,8), continuou a fazer o bem para os menos favorecidos, sem temor, pois sabia que no fim das contas seria julgada pelo Amor (Cf. Mt 25, 31-46). Impulsionada e movida pela doação a Cristo, que incessantemente expressava a ela sua sede, construiu sua casa sobre a rocha e nunca realizou o seu trabalho, motivada por interesses.
 Madre Teresa, fez de sua Calcutá uma igreja em saída e assim pôde encontrar o seu Senhor nas pessoas menos favorecidas da sociedade, tanto que é perceptível em sua vida um viés de santidade que não apregoa uma fuga da realidade e nem mesmo um individualismo ou abandono real dos grandes problemas contemporâneos. Ela se santificou exatamente no exercício de seu apostolado, tendo seu coração ligado ao céu, e aqueles que por ela foram auxiliados viram em seu semblante o rosto misericordioso do Pai.
 Assim sendo, sua vida e seus conceitos se encarregaram de mostrar que estávamos diante de alguém que soube escolher a melhor parte (Cf. Lc 10, 42) e por isso, a Igreja reconheceu nela as virtudes necessárias para proclamá-la santa, palavra que significa “sancionados, eleitos, escolhidos”. Que sua vida nos leve a tomar consciência do verdadeiro espírito do cristianismo que não se deixa enclausurar por estruturas engessadas.


Everson L. Kloster