terça-feira, 3 de abril de 2012

O Tríduo Pascal memorial dos mistérios de Cristo

“A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória: nele está nossa vida e ressurreição; foi Ele que nos salvou e libertou”. (Gl 6,14)
       Com esta antífona de entrada, prevista no Missal Romano, inicia-se o Solene Tríduo Pascal, três dias onde fazemos memória dos grandes acontecimentos da salvação, operada em Cristo pelo Espírito Santo. No ano litúrgico a Páscoa é o centro, para onde se converge as demais festas e solenidades litúrgicas. A Vigília Pascal é a mãe de todas às liturgias e nos faz adentrar no mistério de Deus, revelado em Jesus Cristo, nossa eterna páscoa imolada. Esses “dias pascais” têm como ponto de partida a Missa da Ceia do Senhor, onde Cristo institui o sacramento de seu corpo e sangue como alimento e também o sacerdócio da nova aliança, confiando a Igreja nascente a administração dos sacramentos que são sinais destinados a salvação dos homens. Naquela ceia derradeira, o Senhor Jesus confia a todo gênero humano a vivência do mandamento do amor fraterno, lavando os pés dos apóstolos, mostra a humanidade que o amor revela-se também no serviço e que a grande missão da Igreja é estar a serviço de todos os homens, fazendo de todos os povos uma só família. A Missa vespertina da Ceia do Senhor possui caráter festivo, tocam-se os sinos, ornamenta-se o espaço celebrativo com flores e após a comunhão eucarística o pão consagrado é levado solenemente para um local devidamente preparado para a adoração. Já celebramos a eucaristia, sacramento do amor, mistério tão excelso e agora somos convidados a viver a páscoa redentora da cruz que na Solene Ação Litúrgica da Sexta-Feira Santa é venerada como local “onde pendeu a salvação do mundo”. Este é o único dia que a Igreja não celebra os sacramentos. O caráter desta ação litúrgica é de recolhimento e interioridade. Vamos contemplar o sofrimento do “servo sofredor” que assume a dor da humanidade, morrendo numa cruz como vitima perfeita e oferta agradável. Este dia em diferentes locais onde o catolicismo esta presente, fiéis participam da tradicional procissão do Senhor Morto, Via Sacra, Sermão das Sete Palavras, Canto da Verônica em algumas regiões pessoas se auto-flagelam, fazendo memória do sofrimento do Filho de Deus. Sem dúvida a devoção popular, encontra na sexta-feira santa um solo imensamente fecundo para tocar os fiéis nos seus diferentes sentidos. Dentro do tríduo pascal no Sábado-Santo, celebra-se a Solene Vigília Pascal como acima mencionamos, esta celebração coroa o tríduo pascal, fazendo memória da caminhada do povo de Deus, peregrino nesta terra. É uma liturgia rica em simbolismo a primeira parte é a “Liturgia da Luz” com a benção do fogo-novo e do círio pascal, o celebrante entra no templo com o círio aceso, dissipando toda escuridão em seguida canta o exultat que é um antiguíssimo hino pascal a páscoa é solenemente proclamada. A segunda parte desta vigília é a “Liturgia da Palavra”; agora a história da salvação é narrada à morte não tem mais lugar o Mestre ressuscitou: Aleluia! Neste dia glorioso, somos chamados a reviver nosso batismo participando da “Liturgia Batismal” renovando nosso compromisso missionário e deixando o ressuscitado agir em nós. Finalmente com a “Liturgia Eucarística” o Ressuscitado vem nos alimentar com seu corpo e sangue. É importante salientar que este Tríduo é uma única celebração não dividida em três dias, mas que se entrelaçam entre si. Que possamos participar deste momento único da vida da Igreja deixando-se envolver neste mistério de amor que é a Páscoa do Salvador. Boa Semana Santa.
“Feliz e Santa Páscoa”.
 Fábio Luís Padília
Noviciado Xaveriano 

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