(Everson L. Kloster)
Outubro
é um mês missionário na igreja . Nas celebrações e palestras somos convidados a
tomar consciência da importância da missão, a assumir o posto de missionário
,que muitas vezes acaba ficando vago. Ser discípulos e missionários de Jesus
Cristo , não é um privilégio, mas sim um compromisso do ser cristão: “Anunciar
o evangelho é necessidade que me impõe” (I Cor. 9, 16).
A
figura missionária que brilha para nós é de Santa Teresinha do menino Jesus,
monja carmelita, que viveu de forma concreta neste mundo, conheceu alegrias e
tristezas e soube dar um sentido para sua vida, fazendo do ordinário a via para
santificar-se. Por isto desde sua morte vem conquistando mentes e corações.
Precisamos descobrir a verdadeira face dessa grande santa e ir além da imagem
rotulada e errônea que lhe foi atribuída
de “rosa e mel”.
A riqueza da graça de Deus em sua alma é de uma grandeza sem par, sendo impossível de não se admirar. A originalidade de sua doutrina, o total abandono em Deus, o testemunho de sua vida, a fizeram mestra insuperável. O papa João Paulo II na carta apostólica que a proclamou doutora da Igreja (Divini Amoris) não hesita em escrever: “ Teresa oferece uma síntese amadurecida da espiritualidade cristã: une a teologia e a vida espiritual”. Santa Teresinha na Igreja divide duas épocas: a tridentina e a moderna que encontra no Concilio Vaticano II o seu vértice. A vida desta santa deu origem a “novos tempos”. Não foi à toa que o Papa Pio X, antes mesmo de sua canonização, a chamou de “a maior santa dos tempos modernos”.
Exemplo
de missionariedade, Santa Terezinha, antes mesmo de ser carmelita, escreveu na
sua carta de pedido de ingresso no carmelo, as duas razões pelas quais desejava
ser carmelita: salvar as almas e rezar pelos sacerdotes. Pois quando se ama a
Deus, é impossível não amar o próximo; seja quem for. No entanto foi no carmelo
que ela pode adquirir um maior ímpeto com uma audácia evangelizadora um pouco
incomum para uma religiosa de clausura. Grande contempladora da experiência da
misericórdia de Deus, percebeu, que tal experiência era destinada a todos os
homens da terra. E por este motivo, não conseguiu ficar extática , por isso sua
vida religiosa não se limitou ao claustro. A imagem do Crucificado que
derramava seu sangue na Cruz a fez compreender o mistério da salvação e a
necessidade da cooperação humana para o anuncio desse Amor, que é capaz de
morrer por cada um Este encontro com Cristo vivenciado por ela não realiza
apenas um relacionamento amistoso; mas verdadeiramente abre as portas a
relações de novidade também com os irmãos. Isto fica bem claro quando esta
proximidade dela com Jesus oferece uma plenitude que vai gerar um bem para
almas. Ajudando também os missionários assiduamente em suas orações. Quantas
legiões de almas que ainda não conhecem a maravilhosa mensagem de salvação? Santa
Terezinha sabendo que não estava sozinha, tinha a certeza de que o mesmo Senhor
que a impulsionava a ser missionária pela oração lhe dava-lhe a certeza da sua
presença e ação junto aos missionários. Grande missionária Santa Terezinha
continua a balançar o mundo com sua intercessão, ajudando sobretudo os vários
missionários, espalhados pelo mundo, a conquistarem as mentes e os corações
para Cristo.
Santa
Teresinha viveu em uma época que o iluminismo era marcado pela prepotência da
maçonaria e por uma cultura hostil a fé católica. Mas soube usar de suas
orações e sacrifícios para que a Verdade evangélica fosse anunciada nesse meio.
Hoje em dia vivemos em uma sociedade, por vezes hostil a fé católica, em uma
sociedade liquida, onde nada é definitivo. E é justamente nessa sociedade que o
evangelho precisa ecoar. Portanto nós somos os instrumentos para o anuncio de
Jesus neste tempo. Nosso Senhor não é propriedade privada de pessoas ou de
grupos e se realmente encontrarmos o Senhor como encontrou Teresinha, não
ficaremos de braços cruzados. Ele conta com nossa colaboração no campo da
missão, quer precisar de nosso testemunho de vida, da nossa voz, de todo o
nosso ser para que seja conhecido por aqueles que passarem por nossas vidas.
Somos chamados a ser missionários de forma concreta: no nosso trabalho, na
faculdade em que estudamos, no bairro onde moramos, em nossa casa e tantos
outros lugares. Impulsionados pelo testemunho de Santa Teresinha, com fé e
alegria, peçamos a Deus que nos faça missionários para proclamar o Evangelho de
Jesus Cristo.
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