[Giomar Henrique Clemente]
Foto tirada no 'Museu da vida', Curitiba-PR / 2015 |
Pensar
no missionário e missionária como apenas os religiosos, religiosas, os padres,
é limitar-se apenas numa faceta do grande mosaico vocacional que a Igreja
constitui. É compreensível que ainda tais concepções perdurem em algumas
realidades, afinal, por anos enfatizou-se apenas este aspecto sempre que se
tratava da vocação, atribuindo-lhe soberania. Por outro lado, a Igreja caminha,
e o caminho modifica as concepções a luz do Espírito Santo. Hoje, não cabe mais
esta desculpa, embora se perceba que a mudança desta concepção ainda é lenta. É
tempo de largar as nossas “muletas” e viver de fato o nosso batismo. Viver
implica também conhecer a nossa fé, adentrar a superfície e conhecer o “interior
da casa”. É um esforço possível que compete a todos nós. O Documento de Aparecida, nos números 209 e 210, falando sobre
os leigos, ressalta:
Os fiéis leigos são ‘os cristãos
que estão incorporados a Cristo pelo batismo, que formam o povo de Deus e
participam das funções de Cristo: sacerdote, profeta e rei. Realizam, segundo
sua condição, a missão de todo o povo cristão na Igreja e no mundo’. São ‘homens
da Igreja no coração do mundo, e homens do mundo no coração da Igreja’.
Sua missão
própria e específica se realiza no mundo, de tal modo que, com seu testemunho e
sua atividade, contribuam para a transformação das realidades e para a criação
de estruturas justas segundo os critérios do Evangelho. ‘O espaço próprio de
sua atividade evangelizadora é o mundo vasto e complexo da política, da
realidade social e da economia, como também da cultura, das ciências e das
artes, da vida internacional, dos ‘mass media’, e outras realidades abertas à
evangelização, como o amor, a família, a educação das crianças e adolescentes, o
trabalho profissional e o sofrimento’. Além disso, eles têm o dever de fazer
crível a fé que professam, mostrando autenticidade e coerência em sua conduta.
Entender
que o carisma Xaveriano é um presente dado à toda Igreja, é olhar que ele não
se fecha nos consagrados (religiosos, padres). É uma vocação que também toca e
germina no coração do leigo, da leiga, e tem nela um terreno fértil de missão.
A imagem do “fermento na massa” é uma analogia cabível e sintetiza bem esta
vocação. Nesse sentido e nesta alegria, apresentamos a partilha do Geraldo a respeito
da sua vocação na família de São Guido
Maria Coforti. Para quem quiser conhecer algo a mais sobre os Leigos Missionários
Xaverianos, acesse o endereço: http://leigosxaverianos.blogspot.com.br/
Boa
leitura!
LEIGOS MISSIONÁRIOS XAVERIANOS
(Geraldo Pereira)
Geraldo Pereira |
O começo de tudo...
É
importante sempre em toda história e assim na história vocacional, voltar e
visitar a origem de tudo, o germinar da resposta que continua sendo dada hoje. Sou
Geraldo do Carmo Pereira, Leigo Missionário
Xaveriano, moro na cidade de
Hortolândia, São Paulo, e participo da Paróquia
São Guido Maria Conforti, onde estão presentes os Missionários Xaverianos. Eu
e minha família sempre tivemos proximidade com os xaverianos, particularmente
com a Comunidade Xaveriana do Noviciado. Foi nesta vivência nutrida por vários
anos, que acompanhando os seus trabalhos e a dedicação de vários jovens que
passavam pela Casa de formação, que despertou a vocação missionária na família
de São Guido. Foi um desejo diferente de ver as coisas, os trabalhos pastorais
nas comunidades. Diante disso, foi profundo perceber a necessidade de ter um
objetivo principal em todas essas ações. Ir
ao encontro do outro, não ficar esperando as pessoas. Nesta saída, levar o
Evangelho de Jesus à quem ainda não o conhece. Sair compreendido aqui, não apenas como não ficar dentro das
capelas, igrejas, mas, principalmente sair
dentro de nós mesmos.
Geraldo e família na ocasião do níver de Pe. Lucas |
Em
2010, por iniciativa do Pe. João
Bortoloci (xaveriano), marcou-se uma reunião com vários ex-seminaristas e
algumas pessoas próximas dos xaverianos. Nesse encontro surgiu a ideia de
formar os Leigos Missionários
Xaverianos. Eu estava presente e testemunho que foi maravilhoso. Estávamos
em 12 pessoas no início, e foi bom dar esse passo, sonhar este sonho.
O significado hoje...
Após
este tempo de caminhada, surpreende-me olhar a trilha construída e se alegrar
com tantos outros irmãos e irmãs que também abraçaram este projeto vocacional. Hoje
nos preparamos para realizar nossa 6ª
Assembléia dos Leigos Missionários Xaverianos, que acontecerá em novembro
deste ano, na cidade de Coronel
Fabriciano, Minas Gerais. É o sétimo ano de vida dos Leigos Missionários
Xaverianos.
Leigos Missionários Xaverianos em companhia de Pe. Domingos e Pe. Rafael |
No
início, tínhamos pressa em aprovar o Estatuto.
Porém, com o tempo, percebemos muitas outras coisas que eram prioritárias. Ser
Leigo Missionário Xaveriano hoje, me
faz sentir bem. Gosto muito porque é uma vocação que não nos deixa acomodado. Deixa-nos
atento com o que está acontecendo com o outro, sentindo assim que o outro está
próximo de nós, e que todos são nossos irmãos. O outro, o distante, não é
apenas aquele que está longe fisicamente. Pode ser também aquele que está
dentro de nossa casa. Ser Leigo Missionário Xaveriano ensina que devemos “Fazer
do mundo inteiro uma só família”, começando no nosso pequeno lugar de
missão. É um prazer muito grande ser parte desta família missionária
e viver aqui a minha vocação xaveriana!
Nenhum comentário:
Postar um comentário