domingo, 14 de agosto de 2016

AS MÃOS E O CORAÇÃO NO MUNDO...

[Giomar Henrique Clemente]
Foto tirada no 'Museu da vida', Curitiba-PR / 2015
Pensar no missionário e missionária como apenas os religiosos, religiosas, os padres, é limitar-se apenas numa faceta do grande mosaico vocacional que a Igreja constitui. É compreensível que ainda tais concepções perdurem em algumas realidades, afinal, por anos enfatizou-se apenas este aspecto sempre que se tratava da vocação, atribuindo-lhe soberania. Por outro lado, a Igreja caminha, e o caminho modifica as concepções a luz do Espírito Santo. Hoje, não cabe mais esta desculpa, embora se perceba que a mudança desta concepção ainda é lenta. É tempo de largar as nossas “muletas” e viver de fato o nosso batismo. Viver implica também conhecer a nossa fé, adentrar a superfície e conhecer o “interior da casa”. É um esforço possível que compete a todos nós. O Documento de Aparecida, nos números 209 e 210, falando sobre os leigos, ressalta:
Os fiéis leigos são ‘os cristãos que estão incorporados a Cristo pelo batismo, que formam o povo de Deus e participam das funções de Cristo: sacerdote, profeta e rei. Realizam, segundo sua condição, a missão de todo o povo cristão na Igreja e no mundo’. São ‘homens da Igreja no coração do mundo, e homens do mundo no coração da Igreja’.
Sua missão própria e específica se realiza no mundo, de tal modo que, com seu testemunho e sua atividade, contribuam para a transformação das realidades e para a criação de estruturas justas segundo os critérios do Evangelho. ‘O espaço próprio de sua atividade evangelizadora é o mundo vasto e complexo da política, da realidade social e da economia, como também da cultura, das ciências e das artes, da vida internacional, dos ‘mass media’, e outras realidades abertas à evangelização, como o amor, a família, a educação das crianças e adolescentes, o trabalho profissional e o sofrimento’. Além disso, eles têm o dever de fazer crível a fé que professam, mostrando autenticidade e coerência em sua conduta.
Entender que o carisma Xaveriano é um presente dado à toda Igreja, é olhar que ele não se fecha nos consagrados (religiosos, padres). É uma vocação que também toca e germina no coração do leigo, da leiga, e tem nela um terreno fértil de missão. A imagem do “fermento na massa” é uma analogia cabível e sintetiza bem esta vocação. Nesse sentido e nesta alegria, apresentamos a partilha do Geraldo a respeito da sua vocação na família de São Guido Maria Coforti. Para quem quiser conhecer algo a mais sobre os Leigos Missionários Xaverianos, acesse o endereço: http://leigosxaverianos.blogspot.com.br/
Boa leitura!

LEIGOS MISSIONÁRIOS XAVERIANOS

                                                                                               (Geraldo Pereira)
Geraldo Pereira

O começo de tudo...

É importante sempre em toda história e assim na história vocacional, voltar e visitar a origem de tudo, o germinar da resposta que continua sendo dada hoje. Sou Geraldo do Carmo Pereira, Leigo Missionário Xaveriano, moro na cidade de Hortolândia, São Paulo, e participo da Paróquia São Guido Maria Conforti, onde estão presentes os Missionários Xaverianos. Eu e minha família sempre tivemos proximidade com os xaverianos, particularmente com a Comunidade Xaveriana do Noviciado. Foi nesta vivência nutrida por vários anos, que acompanhando os seus trabalhos e a dedicação de vários jovens que passavam pela Casa de formação, que despertou a vocação missionária na família de São Guido. Foi um desejo diferente de ver as coisas, os trabalhos pastorais nas comunidades. Diante disso, foi profundo perceber a necessidade de ter um objetivo principal em todas essas ações. Ir ao encontro do outro, não ficar esperando as pessoas. Nesta saída, levar o Evangelho de Jesus à quem ainda não o conhece. Sair compreendido aqui, não apenas como não ficar dentro das capelas, igrejas, mas, principalmente sair dentro de nós mesmos.
Geraldo e família na ocasião do níver de Pe. Lucas
Em 2010, por iniciativa do Pe. João Bortoloci (xaveriano), marcou-se uma reunião com vários ex-seminaristas e algumas pessoas próximas dos xaverianos. Nesse encontro surgiu a ideia de formar os Leigos Missionários Xaverianos. Eu estava presente e testemunho que foi maravilhoso. Estávamos em 12 pessoas no início, e foi bom dar esse passo, sonhar este sonho.

O significado hoje...

Após este tempo de caminhada, surpreende-me olhar a trilha construída e se alegrar com tantos outros irmãos e irmãs que também abraçaram este projeto vocacional. Hoje nos preparamos para realizar nossa 6ª Assembléia dos Leigos Missionários Xaverianos, que acontecerá em novembro deste ano, na cidade de Coronel Fabriciano, Minas Gerais. É o sétimo ano de vida dos Leigos Missionários Xaverianos.
Leigos Missionários Xaverianos em companhia de Pe. Domingos e Pe. Rafael
No início, tínhamos pressa em aprovar o Estatuto. Porém, com o tempo, percebemos muitas outras coisas que eram prioritárias. Ser Leigo Missionário Xaveriano hoje, me faz sentir bem. Gosto muito porque é uma vocação que não nos deixa acomodado. Deixa-nos atento com o que está acontecendo com o outro, sentindo assim que o outro está próximo de nós, e que todos são nossos irmãos. O outro, o distante, não é apenas aquele que está longe fisicamente. Pode ser também aquele que está dentro de nossa casa. Ser Leigo Missionário Xaveriano ensina que devemos “Fazer do mundo inteiro uma só família”, começando no nosso pequeno lugar de missão. É um prazer muito grande ser parte desta família missionária e viver aqui a minha vocação xaveriana!

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