(Gilberto Santos)
Sou Gilberto, tenho 28 anos,
vim de “bem dali” onde tem água boa e ‘sombra fresca”. Meu pai é Adonel e minha mãe Maria de Lourdes, tenho 8 irmãos que moram em – eu chamo de mundo- São Felix do Xingu, no estado – alguns chamam de país- do Pará.
Hoje paro um pouco para
falar da minha caminhada vocacional. Falar desta busca é reencontrar os
anseios, as motivações as vezes adormecidas. Lembro que esta vocação
missionária nunca tinha passado em minha cabeça e se alguém sugerisse este
modelo de vida, eu logo descartava qualquer nível de possibilidade. Foram
muitas vezes que disse: “não, quero
cuidar de meus filhos e ser professor de matemática”.
Depois de tantos não
decididos, em uma manhã do mês de março de 2008, padre José Borghesi, Xaveriano, meu amigo, se atreveu em tocar no
assunto com todas as palavras. Ele perguntou se eu não queria fazer uma
experiência para conhecer mais de perto a Congregação Xaveriana. O meu não
foi imediato. Ele falou de forma simples e objetiva, de modo que depois de algum
tempo de reflexão daquele chamado, ainda ecoava em minha cabeça. Foi por isso
que o meu não, não adiantou. Por noites, ficou em minha mente o refrão: ‘lá na praia, eu larguei o meu barco, junto a Ti buscarei outro mar’. O fato é que nunca fui pescador, e até então, nunca
tinha visto nem barco, nem praia. Foi aí que parodiei este refrão para: “lá
na roça, deixei as enxadas, junto a Ti carpirei outro lar”.
Cidade de São Caetano de Odivelas - PA |
Quando
três meses se passaram, comuniquei à minha mãe e liguei para o padre José. A partir daí conheci padre Luiz Toledo, padre Luiz Amadeu, padre
René, que me ajudaram no discernimento. Depois desse tempo, saí de casa dia
27 de dezembro de 2010
e fui acolhido na Comunidade Paroquial
de São Félix do Xingu, onde terminei o ensino médio. No ano seguinte, foi Pe. Valter Parise que me acolheu no Seminário em Ananindeua. Foi aí que cursei a filosofia.
Gilberto e o seu promotor vocacional Pe. Luiz Toledo |
Deixei pai, mãe, irmãos e
sobrinhos. Descobri com o tempo que estes formavam o meu barco. Isso me leva a
acreditar em um mundo de irmãos, acreditar no humano e nos desígnios Daquele que
nos chamou à vida. Significa uma gota de água no oceano, um grão de areia que
busca ocupar o seu lugar. Significa não perder a esperança na promessa e o
sinal se torna real diante da resposta “eis-me
aqui Senhor”.
Há coisas e causas que
procuramos para dá um sentido à vida. Nesta procura não podemos deixar de ouvir
Aquele que nos chama onde quer que Ele chama, e por vez, fazer a vez de Pedro
respondendo “Senhor, em teu nome
lançarei as redes”. Seguindo a caminhada na formação missionária, hoje me
encontro no Noviciado Xaveriano, em Hortolândia, São Paulo. Sou feliz em percorrer
este caminho, pois, como disse papa Bento XVI “quem escolhe Cristo não perde
nada, mas ganha tudo”, “nada perde, nada absolutamente nada daquilo
que torna a vida livre, bela e grande”.
Pastoral na paróquia São Guido Maria Conforti / 2016 |
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