[Giomar Henrique Clemente]
Irmãs Missionárias de Maria Xaverianas |
Hoje,
no domingo em que celebramos a vocação à Vida Religiosa Consagrada, queremos
partilhar um pouco da história de nossas Irmãs Xaverianas. Com a colaboração de
Ir. Marlene Pantoja (MMX), que celebra
em 2016 os seus 25 anos de consagração
missionária, temos a alegria de festejar e nos sentar à mesa para
contemplar o sonho de Deus que permeia a vida e a missão dessas missionárias
além-fronteiras. Baseado no informativo das mesmas, elencamos alguns traços e
personagens históricos que foram decisivos para o nascimento desta família.
Desejamos que esta partilha possa tocar o coração e aguçar a vontade de mais
jovens virem também fazer parte deste time. Boa reflexão!
Mais informações no
endereço: http://www.xaverianas.com/pt/
UMA FAMÍLIA PARA O MUNDO A SERVIÇO DO REINO!
São Guido Maria Conforti, após ter fundado em 1895, a Congregação dos
Missionários Xaverianos, pensou em dar início também a uma Congregação
feminina com a mesma espiritualidade, e que colaborasse na ação evangelizadora
junto aos padres missionários. A ideia se fortaleceu na mente do bispo,
sobretudo quando visitou as comunidades de seus missionários na China. No entanto, faleceu no dia 05 de novembro de 1931, três anos
depois desta viagem, sem ter tido tempo de realizar a obra que sonhara.
Com
o passar dos anos, uma nova luz penetrou na mente e no coração de um jovem
padre missionário, padre Giacomo
Spagnolo, o qual a Providência escolhia para fundar a Congregação das Missionárias de Maria - Xaverianas. Padre Giacomo Spagnolo nasceu no dia 31 de Janeiro de 1912, numa cidade
chamada Rotzo, situada nas
montanhas, no norte da Itália. Era o
primeiro de nove irmãos, e, ainda jovem, entrou no Seminário dos Missionários
Xaverianos, onde fez todos os seus estudos. Foi ordenado sacerdote no ano de 1934,
com então, 22 anos. Através de seus
escritos, sabe-se que, sem conhecer o plano de Dom Guido, achou-se
“providencialmente” envolvido na realização de um projeto no qual nunca havia
pensado. Assim registrou no seu diário, perguntando à si mesmo: “...cada
vez que dialogas com teu Senhor, volta à mente aquele projeto... não dá pra
deixa-la cair. Mas será isso mesmo que deves fazer?”
Enquanto
aguardava sinais mais legíveis do seu Senhor, alimentava na oração aquela
inspiração inicial. Para a realização da obra era necessária a colaboração de
uma mulher. Esta deveria acolher as jovens que iriam fazer parte dessa família
como missionárias, e se tornar para todas a “Madre”. No dia 02 de julho de 1934, assim relata em
seus escritos: “... dias atrás, pensando no Instituto das nossas missionárias, em cuja
fundação estou-me interessando, me veio à mente a senhorita Bóttego, como uma
pessoa apta, sob todos os aspectos, para dar origem a semelhante obra”. Ao
ser interpelada sobre o assunto, a professora Celestina Bóttego, manifestou-se surpresa e perplexa. Ofereceu-se
para colaborar com o que fosse necessário, mas pessoalmente não se considerava
apta para iniciar a nova congregação. Padre Giacomo, convencido do contrário,
intensificou sua oração e sua disponibilidade ao plano de Deus. A princípio, decidiu
não mais falar sobre o assunto com a
senhorita Celestina.
Na
ocasião da Páscoa de 1944, padre Giacomo enviou à professora Celestina um cartão significativo, com
a reprodução do Cristo Crucificado
de Velázquez. Naquele cartão
escreveu uma única palavra: “TUDO”. Aquela palavra, sem
comentário algum, tocou profundamente Celestina
e não a deixou em paz. No registro desta data, dia 24 de maio de 1944, lê-se estas palavras: “Esta tarde, saído da capela, vi
a senhorita... disse-me que depois da decisão tomada a respeito da Obra, não
ficou tranquila... que a imagem do Crucificado que lhe havia enviado por
ocasião da Páscoa, com a inscrição
‘TUDO’, a tinha tocado mais ainda. Manifestei-lhe a minha intenção de
procurar seguir unicamente a vontade de Jesus, esperando sempre d’Ele o sinal
para agir...”. No fim da página do diário, padre Giacomo escreveu: “Hoje
a Congregação ganhou a sua Fundadora que ao Senhor pronunciou o seu FIAT”.
De
vez em quando, ao expressar-se sobre aquele fato que originou a Congregação, padre
Giacomo voltava a lembrar as irmãs: “Vocês são filhas daquele pensamento de
totalidade. Pois, vivam-no!!!”
QUEM É CELESTINA BÓTTEGO?
Celestina
Bóttego nasceu em Ohio, USA, no ano
de 1895. Seu pai era italiano e sua
mãe irlandesa. Com idade de 15 anos, foi para a Itália, ocasião em que aprendeu
a conhecer e amar também as suas raízes italianas. Soube fundir o melhor das
duas culturas que a tinham gerado e que, providencialmente, a prepararam à
missão de ser o elo entre povos de culturas diferentes. Em 1935 foi convidada para ensinar inglês no curso de teologia dos
Missionários Xaverianos. Naquela época não era comum uma mulher ensinar num
seminário, e Celestina foi presença natural e luminosa também naquele ambiente.
Madre Celestina Bottego |
Dar
início à família das Missionárias de
Maria, foi uma escolha não programada, tanto para o Padre Giacomo, como para a Madre
Celestina. São fatos que a vida reserva para quem se torna disponível a vontade
de Deus. Madre Celestina doou à Congregação o seu espírito de fé e de oração, o
seu zelo apostólico, a delicadeza feminina, um amor suave e disponível, além de
todos os seus bens materiais. Era
notória a sua acolhida para com todos. Aceitou a doença e a morte com fé
renovada e total entrega à vontade de Deus, na certeza da ressurreição. Faleceu
na casa madre em Parma, Itália, a 20 de
agosto de 1980.
25 ANOS DE VIDA CONSAGRADA...
(Ir.
Marlene Pantoja-MMX)
Neste
ano jubilar da Misericórdia proclamado pelo nosso Papa Francisco, aproveito
esse tempo de graça que o Senhor nos dá através da Igreja, que nos ensina e nos
mostra o rosto misericordioso de Deus em Jesus, para louvar e agradecer ao Senhor
pela sua infinita Misericórdia com que me amou e em particular neste ano no
qual celebro meus 25 anos de vida
consagrada. Pensei muito nesse grande dom da vocação missionária religiosa,
que não é nenhum mérito meu, mas puro Amor Misericordioso de Deus.
Nasci
em Quatro Bocas, Município de Tomé-Açu, diocese de Abaetetuba -PA. Tenho a alegria de dizer que minha Paróquia tem como Padroeiro S. Francisco Xavier, o grande
missionário das Índias. Venho de uma família muito simples, mas numerosa: somos
oito irmãos do primeiro matrimônio e cinco do segundo. Minha mãe vive ainda no
meio de nós e está muito presente na minha vida, me acompanhando com as orações
e o apoio à minha vocação.
Agradeço
muito pelo testemunho de fé dos meus pais, que acredito ter sido um grande
tesouro para alimentar a minha caminhada vocacional. Além da família, posso
dizer que me encorajaram muito meus professores do ensino médio e alguns deles
até hoje me acompanham. Outra figura marcante, é o pároco daquela época, um Pe.
Xaveriano; e a minha catequista, que até hoje me lembro da sua dedicação e o
testemunho da sua vida doada naquela comunidade.
Enfim,
todas as pessoas que fizeram parte do meu caminho vocacional, até chegar à
minha grande família missionária que me acolheu e nesse ano partilha comigo
dessa alegria do dom da vocação missionaria.
Tenho somente o desejo de cantar as maravilhas que Deus realizou e continua
realizando na minha vida. Obrigado Senhor, por tudo, obrigado Senhor!
Esse é o refrão que vem do meu coração!
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