domingo, 21 de agosto de 2016

MISSIONÁRIAS DE MARIA XAVERIANAS...

[Giomar Henrique Clemente]
Irmãs Missionárias de Maria Xaverianas
 Hoje, no domingo em que celebramos a vocação à Vida Religiosa Consagrada, queremos partilhar um pouco da história de nossas Irmãs Xaverianas. Com a colaboração de Ir. Marlene Pantoja (MMX), que celebra em 2016 os seus 25 anos de consagração missionária, temos a alegria de festejar e nos sentar à mesa para contemplar o sonho de Deus que permeia a vida e a missão dessas missionárias além-fronteiras. Baseado no informativo das mesmas, elencamos alguns traços e personagens históricos que foram decisivos para o nascimento desta família. Desejamos que esta partilha possa tocar o coração e aguçar a vontade de mais jovens virem também fazer parte deste time. Boa reflexão! 
Mais informações no endereço: http://www.xaverianas.com/pt/

UMA FAMÍLIA PARA O MUNDO A SERVIÇO DO REINO!


São Guido Maria Conforti, após ter fundado em 1895, a Congregação dos Missionários Xaverianos, pensou em dar início também a uma Congregação feminina com a mesma espiritualidade, e que colaborasse na ação evangelizadora junto aos padres missionários. A ideia se fortaleceu na mente do bispo, sobretudo quando visitou as comunidades de seus missionários na China. No entanto, faleceu no dia 05 de novembro de 1931, três anos depois desta viagem, sem ter tido tempo de realizar a obra que sonhara.
Com o passar dos anos, uma nova luz penetrou na mente e no coração de um jovem padre missionário, padre Giacomo Spagnolo, o qual a Providência escolhia para fundar a Congregação das Missionárias de Maria - Xaverianas. Padre Giacomo Spagnolo nasceu no dia 31 de Janeiro de 1912, numa cidade chamada Rotzo, situada nas montanhas, no norte da Itália. Era o primeiro de nove irmãos, e, ainda jovem, entrou no Seminário dos Missionários Xaverianos, onde fez todos os seus estudos. Foi ordenado sacerdote no ano de 1934, com então, 22 anos. Através de seus escritos, sabe-se que, sem conhecer o plano de Dom Guido, achou-se “providencialmente” envolvido na realização de um projeto no qual nunca havia pensado. Assim registrou no seu diário, perguntando à si mesmo: “...cada vez que dialogas com teu Senhor, volta à mente aquele projeto... não dá pra deixa-la cair. Mas será isso mesmo que deves fazer?”
Enquanto aguardava sinais mais legíveis do seu Senhor, alimentava na oração aquela inspiração inicial. Para a realização da obra era necessária a colaboração de uma mulher. Esta deveria acolher as jovens que iriam fazer parte dessa família como missionárias, e se tornar para todas a “Madre”. No dia 02 de julho de 1934, assim relata em seus escritos: “... dias atrás, pensando no Instituto das nossas missionárias, em cuja fundação estou-me interessando, me veio à mente a senhorita Bóttego, como uma pessoa apta, sob todos os aspectos, para dar origem a semelhante obra”. Ao ser interpelada sobre o assunto, a professora Celestina Bóttego, manifestou-se surpresa e perplexa. Ofereceu-se para colaborar com o que fosse necessário, mas pessoalmente não se considerava apta para iniciar a nova congregação. Padre Giacomo, convencido do contrário, intensificou sua oração e sua disponibilidade ao plano de Deus. A princípio, decidiu não mais falar  sobre o assunto com a senhorita Celestina.
Na ocasião da Páscoa de 1944, padre Giacomo enviou à professora Celestina um cartão significativo, com a reprodução do Cristo Crucificado de Velázquez. Naquele cartão escreveu uma única palavra: “TUDO”. Aquela palavra, sem comentário algum, tocou profundamente Celestina e não a deixou em paz. No registro desta data, dia 24 de maio de 1944, lê-se estas palavras: “Esta tarde, saído da capela, vi a senhorita... disse-me que depois da decisão tomada a respeito da Obra, não ficou tranquila... que a imagem do Crucificado que lhe havia enviado por ocasião da Páscoa, com a inscrição  ‘TUDO’, a tinha tocado mais ainda. Manifestei-lhe a minha intenção de procurar seguir unicamente a vontade de Jesus, esperando sempre d’Ele o sinal para agir...”. No fim da página do diário, padre Giacomo escreveu: “Hoje a Congregação ganhou a sua Fundadora que ao Senhor pronunciou o seu FIAT”.
De vez em quando, ao expressar-se sobre aquele fato que originou a Congregação, padre Giacomo voltava a lembrar as irmãs: “Vocês são filhas daquele pensamento de totalidade. Pois, vivam-no!!!”

QUEM É CELESTINA BÓTTEGO?

Celestina Bóttego nasceu em Ohio, USA, no ano de 1895. Seu pai era italiano e sua mãe irlandesa. Com idade de 15 anos, foi para a Itália, ocasião em que aprendeu a conhecer e amar também as suas raízes italianas. Soube fundir o melhor das duas culturas que a tinham gerado e que, providencialmente, a prepararam à missão de ser o elo entre povos de culturas diferentes. Em 1935 foi convidada para ensinar inglês no curso de teologia dos Missionários Xaverianos. Naquela época não era comum uma mulher ensinar num seminário, e Celestina foi presença natural e luminosa também naquele ambiente.
Madre Celestina Bottego
Dar início à família das Missionárias de Maria, foi uma escolha não programada, tanto para o Padre Giacomo, como para a Madre Celestina. São fatos que a vida reserva para quem se torna disponível a vontade de Deus. Madre Celestina doou à Congregação o seu espírito de fé e de oração, o seu zelo apostólico, a delicadeza feminina, um amor suave e disponível, além de todos os seus bens materiais. Era notória a sua acolhida para com todos. Aceitou a doença e a morte com fé renovada e total entrega à vontade de Deus, na certeza da ressurreição. Faleceu na casa madre em Parma, Itália, a 20 de agosto de 1980.


25 ANOS DE VIDA CONSAGRADA...

(Ir. Marlene Pantoja-MMX)
Ir. Marlene Pantoja - Missionária de Maria Xaveriana
Neste ano jubilar da Misericórdia proclamado pelo nosso Papa Francisco, aproveito esse tempo de graça que o Senhor nos dá através da Igreja, que nos ensina e nos mostra o rosto misericordioso de Deus em Jesus, para louvar e agradecer ao Senhor pela sua infinita Misericórdia com que me amou e em particular neste ano no qual celebro meus 25 anos de vida consagrada. Pensei muito nesse grande dom da vocação missionária religiosa, que não é nenhum mérito meu, mas puro Amor Misericordioso de Deus.
Nasci em Quatro Bocas, Município de Tomé-Açu, diocese de Abaetetuba -PA. Tenho a alegria de dizer que minha Paróquia tem como Padroeiro S. Francisco Xavier, o grande missionário das Índias. Venho de uma família muito simples, mas numerosa: somos oito irmãos do primeiro matrimônio e cinco do segundo. Minha mãe vive ainda no meio de nós e está muito presente na minha vida, me acompanhando com as orações e o apoio à minha vocação.
Agradeço muito pelo testemunho de fé dos meus pais, que acredito ter sido um grande tesouro para alimentar a minha caminhada vocacional. Além da família, posso dizer que me encorajaram muito meus professores do ensino médio e alguns deles até hoje me acompanham. Outra figura marcante, é o pároco daquela época, um Pe. Xaveriano; e a minha catequista, que até hoje me lembro da sua dedicação e o testemunho da sua vida doada naquela comunidade.

Enfim, todas as pessoas que fizeram parte do meu caminho vocacional, até chegar à minha grande família missionária que me acolheu e nesse ano partilha comigo dessa alegria do dom da vocação missionaria. Tenho somente o desejo de cantar as maravilhas que Deus realizou e continua realizando na minha vida. Obrigado Senhor, por tudo, obrigado Senhor! Esse é o refrão que vem do meu coração!

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