segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Padre Mario Tirloni



por Tiago Eurico de Lacerda
Com. Filosofia - Curitiba - PR

Em ocasião dos cinquenta anos de ordenação sacerdotal do padre Mário Tirloni, natural de Torre Boldone, Itália; o INFOX o entrevistou para saber um pouco mais sobre sua história e trajetória vocacional deste grande missionário xaveriano. Com alegria ele concedeu ao colunista Tiago um breve testemunho de sua vida que em pleno mês missionário soleniza tamanha festa.


Tiago Eurico: Caro padre Mário celebrar esta festa é uma grande alegria não só para o senhor, mas para toda a família xaveriana e Igreja. Gostaríamos de saber um poço mais sobre o início desta jornada. Como foi o chamado a esta vocação, como o senhor percebeu que era um convite de Jesus a segui-lo como sacerdote?

Padre Mário: Creio que não se percebe, isto acontece. Veja, eu recebi um folheto de um padre xaveriano que me colocou à questão: você gostaria de ser missionário? Eu respondi sim. Depois ele veio me procurar, conversamos e em dois meses eu já estava dentro do seminário com onze anos, dois meses e treze dias. O seminário era a uns sete quilômetros em Pedrengo, onde fiz o que hoje chamam de ensino médio. Depois fiz a filosofia em Désio, três anos; teologia, dois anos em Piacenza e dois em Parma.

T.E.: O senhor foi ordenado após terminar os estudos, ou esperou um pouco mais, conte-nos com foi esta experiência.

P.M.: Eu fui ordenado sacerdote no início do quarto ano de teologia, na festa de Cristo Rei com mais vinte e dois colegas, no dia 25 de outubro de 1959 pela manhã. Foi um momento inesquecível. Estava presente a minha mãe, meu tio, amigos e benfeitores. Uma alegria imensurável. Gostaria que o meu pai estivesse, mas já tinha falecido um ano antes de minha ordenação com 57 anos, ele acompanhou do céu.

T.E.: Em seguida o senhor já sabia sobre a sua destinação? Tinha algum lugar já em mente?

P.M.: Foi uma situação interessante. O que eu queria era o que precisava a congregação. No quarto ano de teologia eu recebi um telefonema para saber o nome certo para o passaporte, eu já sentia que era algo relacionado a minha destinação e não demorou muito para me informarem. Fui destinado ao Paquistão Oriental, hoje, Bangladesch. Enfim parti com o padre Lourenço Fantini no navio Vitório.

T.E.: Mesmo com toda esta disponibilidade e vontade de fazer a vontade de Deus e dos superiores, quais foram as dificuldades que permearam sua chegada e missão no Paquistão Oriental?

P.M.: Uma das dificuldade foi o idioma, precisei de nove meses para aprender o Bengalês, a comunicação é muito importante, falar a língua do outro é um caminho para o diálogo; outra dificuldade foi o clima muito quente. Eu vinha de um clima temperado, o que me fez sentir um pouco. Ali fiquei durante sete anos e dois meses, após este período, recebi outra destinação me enviando ao Brasil.

T.E.: Como foi para o senhor receber esta destinação e vir para o Brasil?

P.M.: Sempre uma alegria. Cheguei a São Paulo para aprender a língua, gostei muito do povo, mas é preciso chamar-lhes a atenção para conhecer melhor sua Igreja, que precisa ser mais amada, esta foi a impressão que tive. Adaptei-me muito bem e gosto muito da pastoral.

T.E.: Padre Mário, o Infox é o informativo dos formandos xaverianos do Brasil-Sul e pode ser acessado por todos os estudantes do mundo inteiro. Muitos vocacionados também acessam o nosso blog como meio de proximidade e diálogo, o que o senhor poderia dizer a todos os formandos xaverianos e aos que aspiram a esta vocação?

P.M.: Os aspirantes, desde pequenos, sejam missionários, rezando, manifestando sempre o amor e ideal de Jesus Cristo. Ele quer que tenhamos vida e vida em abundância, que todos sejam salvos. Os povos precisam de missionários, esperam os que aceitam esta vocação, querem acolher os que desejam se doar para eles pela causa de Cristo. Mas é preciso de alguém que os ajude neste discernimento, e ninguém melhor que a virgem Maria, que amou tanto a Jesus e quer que o sigamos. Para os estudantes eu digo que sigam rezando, estudando e fazendo sua caminhada com fé, não olhar para trás, se Deus os chamou, não os abandonará. Vocês encontrarão outros missionários que os receberão noutros países para juntos formarem uma só família, acreditem!

É o amor à Igreja e aos povos que nos leva além. Não podemos amar só a Itália ou só o Brasil, mas amar a todos os povos fazendo a vontade de nosso Deus que é também o sonho de nosso fundador Guido Maria Conforti.

T.E.: Padre Mário, muito obrigado pela entrevista concedida à coluna Testemunhos do INFOX, o seu testemunho de cristão e de fé nos impulsiona a querer sempre mais confiar em Deus e na realização de seu Reino. Que neste quinquagésimo aniversário sacerdotal o Senhor te cumule de muitas graças para que anuncie por muitos anos ainda a Boa Nova do Reino de Deus.

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